segunda-feira, 13 de junho de 2011

Estudo Panorâmico da Bíblia - Livros Poéticos






OS LIVROS DE POESIA: DE JÓ A CANTICO DOS CANTICOS

Texto

            Há cinco livros na Bíblia que são considerados livros de poesia: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos. O livro de Lamentações também é poético em sua forma, mas o consideram um suplemento do livro de Jeremias, e inclusive, segundo alguns escritos antigos, o chamam “O segundo livro de Jeremias”; portanto, não se inclui entre os livros de poesia.
            Os livros de poesia contêm as diferentes experiências espirituais pelas quais passou o povo de Deus em seu viver, expressas por meio da poesia segundo os escritos foram movidos pelo Espírito Santo; estes escritos são o derramamento do coração deles. Portanto, a poesia na Bíblia é realista não é abstrata nem impraticável.
       
LIVRO DE JÓ

            Autor ou autores, o lugar e o tempo: Existe uma grande discussão a cerca da autoria do livro de Jó. As coisas escritas neste livro ocorreram antes da época de Moisés e poderia haver concorrido com a época de Abraão, aproximadamente 2000 a.C. Alguns disseram que este livro foi escrito por Eliú, enquanto que outros dizem que provavelmente foi escrito por Moisés. Jô viveu em Ur, na parte do sul de Edom, a oeste da planície Árabe, ao norte de Canaã. Ur pertence à Edom (Lm 4:21). Os eventos narrados neste livro provavelmente ocorreram durante o período de um ano.
            O tema: O povo de Deus tem visões e experiências de Deus mais profundas e mais elevadas, apesar do ataque de Satanás.
            O contexto: Jó era irrepreensível e íntegro diante de Deus; era uma pessoa que temia a Deus e que se apartava do mal. Jó chegou a ser uma glória para Deus diante de Satanás. Satanás pensava que Jó amava Deus porque Deus havia lhe dado muitas bênçãos materiais, assim que solicitou e obteve a permissão de Deus destruindo tudo o que Jó tinha. Ao final, Deus e Jó triunfaram. Demonstrou-se que Jô amava a Deus independentemente de sua condição externa, e satanás foi derrotado.
            O pensamento central: Deus permite a Satanás atacar a pessoas piedosas para que elas tenham experiências e visões mais profundas. Talvez não entendamos porque nos sucedem certas coisas, mas cremos que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito” (Rm 8:28).
            O esquema: Deus elogiou Jó perante Satanás. Satanás acusou Jó diante de Deus duas vezes, e obteve permissão para destruí-lo e causar-lhe sofrimentos. Durante o ataque de Satanás, três amigos visitaram a Jó. Eles tentaram consola-lo durante seu sofrimento, mas devido eles não conheceram a vontade de Deus, o único que puderam oferecer-lhe foram suas opiniões. Jó foi em parte afetado por eles. Eliú, um jovem que tinha mais conhecimento de Deus, falou algo melhor; contudo, devido a sua falta de maturidade, não pôde ajudar Jó.
            Quando Deus apareceu e falou a Jó frente a frente, ele entendeu o que estava acontecendo. Jô viu a Deus e conheceu a Deus; por isso, todos os seus problemas foram resolvidos. Louvado seja o Senhor! O que necessitamos é ter contato com Deus.
            Sessões: 1) Introdução (1:1-2:10), 2) Jó e seus três amigos (Caps.2:11-31), 3) Jô e Eliú (Caps.32-37), 4) Jó fala com Deus frente a frente Caps.32-42:9) e 5) Conclusão (42:10-17).
 
LIVRO DE SALMOS

            Autor ou autores, o lugar e o tempo: Há mais escritores deste livro do que qualquer outro livro da Bíblia. Davi escreveu a maioria dos Salmos; por isso, o livro de Salmos às vezes é chamado: “Os salmos de Davi”. Segundo os estudiosos de Salmos, 73 salmos foram escritos por Davi; 12 salmos foram escritos por Asafe; 1 salmo foi escrito por Hemãe outro salmo foi escrito por Etán. Dez salmos foram escritos pela os filhos de Core; dois salmos foram escritos por Salomão; e um salmo foi escrito por Moisés. Cinqüenta salmos não têm cabeçalho foram escritos por Davi, como: o salmo 2 (Atos 4:25), o salmo 92 (Hb 4:7), o salmo 96 (1 Cr 16:23-33), o salmo 105 (1 Cr 16:8-22). Embora muitas pessoas escreveram o livro de salmos, este livro foi inspirado pelo Espírito Santo, que é um só.
            A maioria dos salmos provável mente foram escritos em Israel., exceto o salmo 90, que foi escrito por Moisés no deserto.
            O salmo mais antigo foi escrito por Moisés cerca de 1.500 anos a.C. (o salmo 90), e o último salmo provavelmente foi escrito em 137, o qual foi redigido depois que os filhos de Israel foram levados para o cativeiro.
      O tema: os louvores dos santos os quais revelam a Cristo e tipificam a igreja.
      O contexto: Salmos é o segundo livro de poesia. Jó nos conduz a escola de Deus com o propósito de sermos educados com o conhecimento de Deus. Salmos nos introduz no lugar Santíssimo para que tenhamos comunhão com Deus, mediante orações, anelos, meditações e louvores. Todos os cristãos sabem que na Bíblia há um livro maravilhoso chamado salmos. Não obstante, a maioria deles só sabem que esse livro é maravilhoso, mas não podem explicar porque é tão maravilhoso. Salmos produz uma impressão no leitor. A pessoa que ler Salmos fica comovida. A razão pela qual Salmos é tão comovente é que este livro não contém meros ensinamentos; seu conteúdo são os sentimentos e as impressões dos santos piedosos em relação as sua experiências. Alem disso, essas expressões são manifestações em louvor a Deus, e não em palavras comuns. Esses não são louvores segundo a doutrina, são louvores segundo sentimentos e impressões que os santos piedosos procedem de suas experiências.
            O pensamento central: os salmos são a expressão, em seus louvores a Deus, dos sentimentos e impressões dos santos piedosos em relação com suas experiências, nas quais e através das quais Cristo é revelado e a igreja é tipificada como a casa de Deus e a cidade de Deus.
            O esquema: podemos ver o livro de salmos desde o ponto de vista humano ao ponto de vista divino. Desde o ponto de vista humano vemos uma coisa e desde o ponto de vista divino outra completamente diferente. Segundo o conceito humano vemos uma coisa e segundo o divino, vemos outro. Desde o ponto de vista humano podemos dizer que o centro e o conteúdo de todos os salmos são as experiências que os santos tiveram da misericórdia, a bondade, o amor, a fidelidade, o poder e a glória de Deus. Eles experimentaram até tal grau da bondade de Deus, que louvaram a Deus manifestando os vários aspectos de suas experiências com Deus. Este é o conceito humano; este é o ponto de vista humano. Mas segundo o conceito divino e o ponto de vista divino, o centro e o conteúdo de todos os louvores são Cristo, a igreja e a cidade de Deus. Cristo é o centro e é a igreja – representada pela casa e a cidade – também é o centro. Cristo e a igreja são o centro e o conteúdo de todos os louvores do livro de salmos. Portanto todos os nossos louvores devem incluir os sentimentos e as impressões que colhemos em nossa experiência; contudo todos os nossos louvores devem ter Cristo e a igreja como centro e conteúdo.
            Sessões: salmos foi dividido em cinco sessões, chamados livros. Nada sabe quem dividiu salmos em cinco livros, nem porque o fez. Acredita-se tradicionalmente que o livro I foi reescrito pó Davi; o livro II por Ezequias; o livro III por Josias; e os livros IV e V, por Esdras e Neemias. Independente mente de quem os reescreveu, uma coisa é certa, foi obra do espírito Santo, em mão dos homens, que dividiu os salmos nestes cinco livros.
            Ao ver estes cinco livros segundo a experiência dos filhos de Israel, podemos ver que correspondem aos cinco livros de Moisés respectivamente. Mas segundo a experiência espiritual, eles não mostram os passos antecedentes das experiências que temos de Cristo e da igreja. Analisemos o livro de salmos segundo estas duas perspectivas.
            Segundo a experiência dos filhos de Israel: O livro I (Sl 1-41) corresponde a Gênesis: A benção do homem (Sl 1), A queda do homem (Sl 2-15, os homens se converteram em inimigos de Deus devido à queda). A restauração do homem (Sl 16-41, o homem restaura a posição de bênçãos graças à salvação).      O livro 2 (Sl 42-72) corresponde a Êxodo: O povo de Deus, os filhos de Israel, sofre opressão e clama (Sl 42-49). O Redentor (Sl 50-60). A rendição (Sl 61-72, Deus traz de volta , pela segunda vez, a Seus filhos dos quatro continentes da terra, conduzindo-os a Seu reino, assim como pela primeira vez, quando os tirou do Egito para que entrassem na boa terra). O livro 3 (Sl 73-89) corresponde a Levítico: Deus é santo. Ele tem um lugar santo e um povo santo, um povo separado. O livro 4 (Sl 90-106) corresponde ao livro de Números: Este livro começa com o canto que Moisés cantou durante o tempo em que vagava pelo deserto. Fala sobre as experiências dos filhos de Israel narradas em Números, que mencionam como a geração mais antiga dos filhos de Israel morou no deserto por causa dos seus pecados. Números é um livro cujo contexto é o deserto, ou seja, um livro cujo contexto é a terra. O pensamento central deste livro é a terra. Os filhos de Israel, enquanto vagavam pelo deserto, anelavam uma terra mais formosa na qual poderiam obter descanso; os salmos do reino contidos neste livro,revelam que Deus faria com que Seu povo obtivesse descanso na boa terra. O livro 5 (Sl 107-150) corresponde a Deuteronômio: O pensamento central deste livro é a palavra de Deus ,e Deuteronômio é a   repetição da palavra de Deus. Isto é evidente particularmente no salmo 119, no qual todo o ensinamento gira em torno de guardar a lei de Deus.
            Segundo as experiências espirituais de Cristo e da igreja: O livro 1 (Sl 1-41) indica que a intenção de Deus é fazer com que os santos que buscam mais Dele, se voltem da lei de Cristo, para que desfrutem a casa de Deus. O livro 2 (Sl 42-72) indica como os santos experimentam a Deus, Sua casa e Sua cidade, por meio do Cristo sofrido, exaltado e reinante. O livro 3 (Sl 73-89) indica como os santos, em suas experiências, se dão conta de que a casa e a cidade de Deus – com tudo o que desfrutamos destas- podem ser preservadas e mantidas unicamente se o povo de Deus valoriza e exalta apropriadamente a Cristo. O livro 4 (Sl 90-106) indica como os santos ao unirem-se a Cristo, são um com Deus a fim de que Ele possa restaurar Seu título de propriedade sobre a terra por meio de Cristo em Sua casa e cidade. O livro 5 (Sl 107-150) indica como a casa e a cidade de Deus chegam a ser louvadas, seguras e o desejo dos santos, e como Cristo vem a reinar sobre toda a terra por meio da casa e da cidade de Deus.
                         
LIVRO DE PROVÉRBIOS

            Autor ou autores, o lugar e o tempo: Conforme Salmos, Provérbios é uma recopilação, já que não foi escrito por uma só pessoa. Assim como Davi é o autor que mais escreveu salmos para o livro de Salmos, Salomão é o autor mais significativo de Provérbios (1:1; 10:1; 25:1). Salomão escreveu três mil provérbios (1R 4:32; cfr. Ec 12:9),e este livro contém as melhores seleções dentre esses provérbios. Além dos ditos que ele mesmo escreveu, também recopilou vários ditos tradicionais e populares e os converteu em provérbios; neste livro os chamam “as palavras dos sábios” ou “os ditos dos sábios” (22:17; 24:23). O capítulo trinta se compõe dos provérbios de Agur; e no capítulo trinta e um consta os ditos de Lemuel.
            A origem deste livro é a seguinte: primeiro, dentre os três mil provérbios de Salomão forma selecionados alguns dos provérbios mais importantes e os que eram citados regularmente. Logo, durante o tempo de Ezequias, este rei agregou à coleção alguns provérbios de seus ancestrais (Caps.25-29). Finalmente, foram agregados os provérbios de Agur e Lemuel, completando-se assim o livro de Provérbios que temos hoje em dia.
            Sem tomar em conta a identidade dos autores ou o processo pelo qual foram recopilados, os provérbios contidos neste livro não são exortações ordinárias que insistem ao homem ser virtuoso nem tampouco ensinam ética e boa conduta, senão que são versículos inspirados pelo único Espírito Santo com finalidade de conduzir o homem a adorar e respeitar a Deus.
            O tema: levar uma vida piedosa por meio da sabedoria de Deus, a saber, Cristo.
            O contexto: os provérbios existem desde os tempos mais antigos, e foram especialmente populares no oriente. A gente os usava para instruir as crianças, porque nesses dias os livros eram muito escassos e muito caros, mas os provérbios eram compactos, simples e fáceis de lembrar. Freqüentemente, um poderoso provérbio curto e de peso vinha a ser o lema de uma pessoa, um lema que afetava sua maneira de viver em toda sua vida.
            O pensamento central: o começo deste livro estabelece claramente: “Os provérbios de Salomão.... para conhecer a sabedoria e a instrução” (1:1, 2). Assim, o propósito deste livro é que busquemos “ sabedoria”. O “conselho”, a “prudência”, a “discrição”, a “instrução”, o “entendimento” e o “conhecimento” – dos quais se fala neste livro -    a todos pertencem a “sabedoria’; enquanto que palavras tais como, “tolice”, “insensatez”, “ falta de entendimento”, “ falta de sanidade”, “ignomínia” e “ sem conhecimento”  referem-se ao oposto de “sabedoria”.
            A “sabedoria” aqui não se refere à “sabedoria do mundo” (1Co 1:20). A filosofia humana, a ciência, o sentido comum, a compreensão, o discernimento e a atitude não são “sabedoria”; mas bem, a sabedoria de que este livro fala refere-se ao conhecimento e temor do homem perante Deus. “o temor de Jeová é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santíssimo é entendimento” (Pv. 9:10). Deus é onisciente. A verdadeira sabedoria é conhecer a Ele e entender Seus caminhos, isto é, teme-lo e levar a cabo Sua vontade. Se você possuir tal sabedoria, então manifestará santidade, justiça, bondade, características novas e virtudes sobresselentes em seu viver.
            Mas, como alguém pode obter a verdadeira sabedoria? Os crentes do Antigo testamento tinham que conhecer profundamente a Deus e teme-Lo rigorosamente. Nós, os crentes do Novo Testamento somos mais abençoados que eles, porque apenas temos que crer no Senhor Jesus. A “sabedoria” que existia em tempos antigos, a sabedoria que estava na presença de Deus desde o princípio, mediante a qual Ele criou o universo (8:22-31), se fez carne e estabeleceu tabernáculo entre nós; esta sabedoria é o nosso Senhor . Todo aquele que tem ao Senhor Jesus, tem tal sabedoria, porque Ele é a sabedoria de Deus (1Co 1:24), e Ele nos tem feito da parte de Deus sabedoria.(v.30).
            Embora este livro mostre o Antigo Testamento, também é valioso para os crentes do Novo Testamento, porque está cheio de conselhos quanto a como nos relacionarmos com as pessoas, apresenta normas de conduta, princípios que regem o andar do crente, como ser libertos de armadilhas malignas e como ser aprovados por Deus. Com respeito aos crentes que buscam a Deus e esperam Nele, as palavras de Provérbios 3:5-6 e 8:17 são palavras de consolo e garantia. Para os crentes que estão sofrendo e estão sendo disciplinados, as palavras de 3:12 são palavras cheias de ajuda e direção.
            Sessões:
            Provérbios se compõe principalmente de versículos independentes, ou seja, os versículos não estão necessariamente relacionados com passagens anteriores ou posteriores.Por conseguinte,é o livro mais difícil de dividir em sessões.                                             Poderíamos dividi-lo em cinco sessões conforme o seu conteúdo: Palavras de introdução (1:1-6), A importância de buscar sabedoria e o perigo de carecer dela (1:7-9), Uma comparação entre o sábio e o néscio, e entre ser virtuoso e ser 0mal (Caps.10-24), Provérbios recopilados durante o tempo de Ezequias (Caps. 25-29), Provérbios comuns: as palavras de Agur (Cap.30) e as palavras de Lemuel (Cap.31)
   
LIVRO DE ECLESIASTES

            Autor ou autores, o lugar e o tempo: Embora este livro não fale claramente de Salomão como seu autor, e embora muitos leitores da Bíblia atribuam sua autoria a outras pessoas segundo o conteúdo de todo livro podemos dizer com certeza que Salomão o escreveu. 1) Filho de Davi (Ec 1:1), 2) Rei em Jerusalém(1:1), 3) Um homem de grande sabedoria superior a todos os que viveram antes dele em Jerusalém (1:16; 1Rs 3:12 ), 4) Um que fez grandes obras e construiu casas (Ec 2:4; 1Rs 7:1-2), 5) Possuidor de muitas mulheres e concubinas (Ec 2:8; 1Rs 11:1-3 ), 6) Um que reuniu para si prata e ouro e tesouros de reis e das províncias  (Ec 2:8; 1Rs 9:28; 10:10-11,14-24) e 7) Um que pôs em ordem muitos provérbios (Ec 12:9; 1 Rs 4:32).
            Na Bíblia, nenhuma outra pessoa reúne todas as características anteriores, exceto Salomão; portanto, ninguém mais pode haver escrito este livro.
            Este livro foi escrito em Israel durante os últimos anos de Salomão.
            O tema: Um viver e uma busca alheia a Deus nunca conduzem à verdadeira satisfação.
            O contexto: O Espírito Santo escolheu a Salomão para que escrevesse esse livro porque ele havia experimentado o fracasso. Deus o estabeleceu como rei e lhe concedeu grande sabedoria. Ao princípio, ele utilizou esta sabedoria para cuidar do povo de Deus, mas mais tarde se orgulhou da sua grande sabedoria e seguiu suas luxúrias desenfreadas, se rebelou contra Deus e buscou luxos terrenais. Deus havia ordenado o seguinte quanto aos reis: “Mas ele não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito, para multiplicar cavalos; pois o Senhor vos disse: nunca mais voltarei para este caminho.” (Dt 17:16); mas Salomão “Tinha também Salomão quarenta mil cavalos em estrebarias, para os seus carros, e doze mil cavaleiros.” (1 Rs 4:26), e “os cavalos que Salomão tinha vinham do Egito” (1 Rs 10:28). Deus emitiu outro mandamento a respeito dos reis: “Tão pouco para si multiplicará mulheres, para que seu coração se não desvie” (Dt 17:17); mas Salomão “tinha setecentas mulheres... e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe pertenceram o coração... e seu coração não era de todo fiel para com o Senhor.” (1 Rs 11:3-4). Outro mandamento que Deus emitiu concernente aos reis foi: “Nem multiplicará muito para si prata ou ouro” (Dt 17:17); mas Salomão tinha uma enorme quantidade de ouro, e a “prata... não era apreciada” pois chegou a ser “como pedras... em abundância” (1 Rs 10:21, 27). Todos os mandamentos acerca dos reis foram quebrados por Salomão. Ele tinha a posição mais alta, a maior sabedoria e os maiores dotes. Se poderia dizer que nenhuma outra pessoa abaixo do sol estava mais qualificada para superá-lo na educação, na fama, no desfrute e nos prazeres terrenais. Ele obteve tudo, mas ainda assim isto não o satisfazia. Finalmente ele chegou a um ponto onde foi o único que pôde dizer: “Vaidade, vaidade, tudo é vaidade.” (Ec 1:2). Assim, também, poderíamos dizer que não há outra pessoa abaixo do sol mais apta para escrever o livro de Eclesiastes do que Salomão. Nos últimos anos de Salomão, depois da sua recuperação, o Espírito Santo o levou a escrever o livro de Eclesiastes, recordando-lhe o tempo que ele perdeu estando afastado de Deus e vendo que o mundo fez com que ele se sentisse desencorajado e insatisfeito, que resultou em pessimismo e desilusão. Logo, depois que ser recuperou totalmente, o Espírito Santo o levou a escrever Cântico dos Cânticos, onde ele expressa a verdadeira satisfação que obteve depois de voltar à presença do Senhor.
            O pensamento central: um homem pode alcançar toda a educação, o conhecimento, os tesouros, as riquezas, a fama, a posição, o desfrute e o prazer que o mundo oferece, mas se não tem a Deus, tudo é vaidade, porque “e, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto, o juízo.” (Hb 9:27).
            O esquema geral: o autor usa várias expressões para provar seu argumento:      O estudo dos fenômenos naturais resulta em fatiga, fazendo-o sentir que tudo é insípido e nada é novo (Ec 1:4-11);  A busca da sabedoria e do conhecimento também é correr atrás do vento (Ec 1:2-18); A busca do júbilo (Ec 2:1-11), do prazer (v. 1), do vinho (v. 3), as casas e os jardins (vs. 4-6), as posições (v. 7), a música (v. 8), as concubinas (v. 8), os tesouros (v. 8) - enfim, tudo é vaidade. A sabedoria supera a necessidade, mas as duas têm o mesmo resultado: a vaidade (Ec 2:2-26).   O fatalismo tampouco satisfaz (Ec 3:1-15). O ser pessimista, desiludido e irritante, tampouco satisfaz a alguém (Ec 3:16-4:16). Depois de cumprir todos os rituais religiosos, alguém, todavia, sente que Deus está longe e que é inalcançável (Ec 5:1-8). A busca de riquezas e bens tampouco pode satisfazer e também é vaidade (Ec 5:9-6:12). Buscar mais sabedoria, virtudes e ética (Ec 7:1-12:12) resulta em “vaidade de vaidades... tudo é vaidade” (Ec 12:8).
            Sessões: 1) titulo (Ec 1:1-3);  2) experiência (Ec 1:4-12:12) e 3) conclusão (Ec 12:13-14). 

LIVRO DE CÂNTICO DOS CÂNTICOS

            O autor ou os autores, o lugar e o tempo: Cântico dos Cânticos foi escrito por Salomão em Israel durante seus últimos anos, e é tão difícil de entender como Provérbios e Eclesiastes.
            O tema: amar o Senhor para experimentá-lo como a vida divina, com vistas à edificação de Seu Corpo, a noiva. O contexto: este livro segue Eclesiastes, está em contraste com ele e lhe serve de suplemento. Eclesiastes afirma que o homem abandona a Deus e busca qualquer outra coisa que está debaixo do sol, o resultado será “vaidade de vaidades, tudo é vaidade”. Cânticos dos Cânticos afirma que se o homem anela o Senhor, buscando tudo em Cristo, o resultado será satisfação de satisfações, tudo é satisfação. A poesia é a expressão do que acontece dentro do coração humano, ou seja, põe por escrito as experiências da vida humana. Estes cinco livros de poesia – Jô, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos – também demonstram beneplácito do Espírito Santo ao apresentar nossas experiências e buscas no caminho espiritual. Através do sofrimento (Jó), somos levados à oração e comunhão na presença de Deus (Salmos), mediante a oração recebemos sabedoria e revelação (Provérbios), de modo que somos conduzidos a nos dar conta da vaidade de todas as coisas que não são Deus (Eclesiastes) e a satisfação que se encontra em Cristo (Cântico dos Cânticos). O pensamento central: os crentes devem buscar ao senhor para terem comunhão com Ele em amor. Esta busca os ajuda a saírem de si mesmos por meio da obra da cruz e serem transformados pelo Espírito. O resultado de tudo isso é o Corpo de Cristo, a noiva de Cristo, a qual se prepara para ser arrebatada nas bodas com o Senhor.
            O esquema geral: alguns dizem que Salomão escreveu este livro baseado em uma de suas próprias histórias de amor, a qual pode haver sucedido como segue: Em Efraim, Baal-Harmón, Salomão, tinha uma vinha que deu a uma família do povo de Efraim para que cuidasse. Eventualmente, o pai dessa família havia sido morto. A mãe tinha pelo menos dois filhos e duas filhas; as duas filhas eram a Sulamita e sua irmã menor (Ec 1:6; 8:8).Enquanto a sulamita estava em sua casa,seus irmãos maiores se aproveitaram dela,obrigando-a  a deixar sua própria vinha para que eles cuidassem dela e também forçando-a a pastorear as ovelhas deles,de modo que seu rosto ficasse moreno por estar muito tempo exposto ao sol. Um dia, um jovem bem parecido, que estava vestido de pastor, veio de muito longe e se fixou na jovem e fez amizade com ela. Então, a Sulamita disse: “Não me olheis fixamente, por ser eu morena, porque o sol tem me queimado. Os filhos da minha mãe se enfureceram contra mim; fizeram-me guardar as vinhas; e minha vinha, que era minha, não guardei. Faz-me saber, oh tu a quem ama minha alma,onde apascentas teu rebanho” (1:6-7).O Pastor respondeu chamando-a: “formosa entre as mulheres” (1:8). Depois de um tempo, apaixonaram-se. Um dia, o pastor se despediu dela, prometendo-lhe regressar em breve para se casar com ela. Mas depois que se foi não houve mais notícias dele.
            Embora as pessoas que a conheciam lhe dissessem que ela havia sido enganada pelo pastor, ela recusou escuta-las, crendo firmemente que seu compromisso era irrevogável. Depois de esperar por muito tempo sem ver que ele voltava, ela o anelava tanto que se sentia enferma, imaginado algumas vezes que o veria. Logo, um dia ela notou que se levantavam nuvens de poeira ao longo de um dos caminhos montanhosos de Efraim, tal como se muitas carruagens estivessem a aproximar-se. Logo chegou um mensageiro, que lhe informou que o rei vinha a caminho para casar-se com ela. No princípio, Sulamita não soube o que dizer, mas assim que viu o rei, ela o reconheceu como o pastor amado e clamou triunfantemente: “Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim” (Ct 7:10).(Esta é também a história de cada um de nós. Desde gênesis até apocalipse, toda a Bíblia narra como nosso bom Pastor deixou Sua glória e Seu trono para vir a terra para buscar a Sua noiva a qual é de berço humilde. Depois que a encontrou, a deixou por um tempo, prometendo-lhe que voltaria a querê-la. Agora estamos no tempo de espera. Que todos tenhamos a fé, a paciência, o anseio e o ardente amor que tinha Sulamita, e que tenhamos o mesmo clamor que ela: “ Apressa-te, meu amado, a vir!”).
            Sessões: 1) Busca e satisfação iniciais (1:1-2:7); 2) O chamado a abandonar o eu (2:8-3:5); 3) O chamado a ascender aos céus (3:6-5:1), 4) Depois da ressurreição, o chamado mais rigoroso da cruz (5:2-6:13); 5) A obra de Deus (Cap.7); e  6) O suspiro proveniente da carne (Cap.8).


 CEAPE - Centro de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho





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